Considera-se que Bandeira faça parte da geração de 1922 da literatura moderna brasileira, sendo seu poema Os Sapos o abre-alas da Semana de Arte Moderna de 1922. Juntamente com escritores como João Cabral de Melo Neto, Paulo Freire, Gilberto Freyre, Carlos Pena Filho e Osman Lins, entre outros, representa o melhor da produção literária do estado de Pernambuco.
O escritor sofreu com a tuberculose por muitos anos de sua vida, apresentando o sofrimento e a angústia da doença em várias obras literárias. Como sua criação foi extensa, Bandeira passa por períodos distintos e retrata nos poemas tempos de nostalgia, de busca por alegria para viver e de solidão. Durante o período em que cursava a Faculdade Politécnica em São Paulo, Bandeira precisou deixar os estudos para ir à Suíça na busca de tratamento para sua tuberculose. Após sua recuperação, ele retornou ao Brasil e publicou seu primeiro livro de versos, Cinza das Horas, no ano de 1917; porém, devido à influência simbolista, esta obra não teve grande destaque.
Além de poeta, Manuel Bandeira exerceu também outras atividades: jornalista, redator de crônicas, tradutor, integrante da Academia Brasileira de Letras e também professor de História da Literatura no Colégio Pedro II e de Literatura Hispano-Americana na faculdade do Brasil, Rio de Janeiro.
Por sua importante atuação na literatura, Manuel Bandeira foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 1940, ocupou a cadeira nº 24.
Principais obras
Poesia:
- A cinza das horas (1924)
- Carnaval, O ritmo dissoluto (1924)
- Libertinagem (1930)
- Estrela da manhã (1936)
- Poesias escolhidas (1937)
- Poesias completas, reunindo as obras anteriores e mais Lira dos cinqüenta anos (1940)
- Poesias completas, 4a edição, acrescida de Belo belo (1948)
- Poesias completas, 6a edição, acrescida de Opus 10 (1954)
- Poemas traduzidos (1945), Mafuá do malungo, versos de circunstância (1948)
- Obras poéticas (1956)
- 50 Poemas escolhidos pelo autor (1955)
- Alumbramentos (1960)
- Estrela da tarde (1960)
- Crônicas da província do Brasil (1936)
- Guia de Ouro Preto (1938)
- Noções de história das literaturas (1940)
- Autoria das Cartas chilenas, separata da Revista do Brasil (1940)
- Apresentação da poesia brasileira (1946)
- Literatura hispano-americana (1949)
- Gonçalves Dias, biografia (1952)
- Itinerário de Pasárgada (1954)
- De poetas e de poesia (1954)
- A flauta de papel (1957)
- Prosa, reunindo obras anteriores e mais Ensaios literários, Crítica de Artes e Epistolário (1958)
- Andorinha, andorinha, crônicas (1966)
- Os reis vagabundos e mais 50 crônicas (1966)
- Colóquio unilateralmente sentimental, crônica (1968)
Antologias:
- Antologia dos poetas brasileiros da fase romântica (1937)
- Antologia dos poetas brasileiros da fase parnasiana (1938)
- Antologia dos poetas brasileiros bissextos contemporâneos (1946)
- Organizou os Sonetos completos e Poemas escolhidos de Antero de Quental, as Obras poéticas de Gonçalves Dias (1944)
- As Rimas de José Albano (1948) e, de Mário de Andrade, Cartas a Manuel Bandeira (1958)