Olavo Bilac



Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac (Rio de Janeiro, 16 de dezembro de 1865 — 28 de dezembro de 1918) foi um jornalista e poeta brasileiro, membro fundador da Academia Brasileira de Letras. Criou a cadeira 15 da instituição, cujo patrono é Gonçalves Dias.

Conhecido por sua atenção à literatura infantil e, principalmente, pela participação cívica, Bilac era um ativo republicano e nacionalista, também defensor do serviço militar obrigatório em um período em que o exército usufruía de amplas faculdades políticas em virtude do golpe militar de 1889. O poeta foi o responsável pela criação da letra do Hino à Bandeira, inicialmente criado para circulação na capital federal da época (o Rio de Janeiro), e mais tarde sendo adotado em todo o Brasil. Também ficou famoso pelas fortes convicções políticas, sobressaindo-se a ferrenha oposição ao governo militar do marechal Floriano Peixoto. Em 1907 foi eleito "príncipe dos poetas brasileiros", pela revista Fon-Fon. Bilac, autor de alguns dos mais populares poemas brasileiros, é considerado o mais importante de nossos poetas parnasianos.

Era considerado um aluno aplicado, conseguindo, aos 15 anos - antes, portanto, de completar a idade exigida - autorização especial para ingressar no curso de Medicina na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, a gosto do pai, que era médico durante a campanha da Guerra do Paraguai, e a contra-gosto próprio. Portanto, começa a frequentar as aulas da faculdade mencionada, terminada a rápida passagem no colegial, mas seu precoce trabalho na redação da Gazeta Acadêmica absorve-o e interessa-o mais do que a prática medicinal. Por este motivo, Bilac não concluiu o curso de medicina e nem o de direito que frequentou posteriormente, em São Paulo.

Em conjunto com Raimundo Correia e Alberto de Oliveira forma a tríade Parnasiana brasileira. É o autor mais popular do Parnasianismo e tem como princípios: a busca por perfeição na forma de escrever (versos alexandrinos); a exaltação pelos poemas épicos da Antiguidade Clássica (Ilíada), o forte lirismo; a inovação nos temas filosóficos de meditação; o descritivismo e nacionalismo, além de linguagem com conotação sensual, como é o caso do poema “Sarças de fogo”.

Bilac teve uma vida voltada à participação na vida política, o que não o influenciou na subjetividade de sua literatura. Em sua militância, iniciou campanhas cívicas a favor da alfabetização e serviço militar obrigatório. Viveu uma vida solitária de muitas viagens à Europa, o que possivelmente o fez refletir sobre a realidade sócio-política do Brasil, ao comparar as transformações entre os países.

Principais obras
  • Antologia poética;
  • Através do Brasil;
  • Conferências literárias (1906);
  • Contos Pátrios;
  • Crítica e fantasia (1904);
  • Crônicas e novelas (1894);
  • Dicionário de rimas (1913);
  • Hino à Bandeira;
  • Ironia e piedade, crônicas (1916);
  • Língua Portuguesa, soneto sobre a língua portuguesa;
  • Livro de Leitura;
  • Poesias (1888);
  • Tarde (1919) - Poesia, org. de Alceu Amoroso Lima (1957);
  • Teatro Infantil;
  • Tratado de Versificação, em colaboração com Guimarães Passos;
  • Tratado de versificação (1910);